O tratamento endodôntico, conhecido popularmente por “tratamento de canal”, consiste na remoção do tecido mole que se encontra na parte mais interna do dente (câmara e canal), que recebe o nome de polpa. A polpa pode estar sadia ou infectada e, quando removida, é substituída por um material obturador.
Os sintomas mais característicos para se indicar o tratamento endodôntico estão relacionados à dor espontânea (latejante, contínua e não localizada), que ocorre quando existe uma inflamação decorrente de um processo carioso ou outro tipo de agressão tecidual. Além disso, a polpa do dente já pode estar sofrendo um processo de mortificação, provocando dor localizada ao mastigar e sensação de dente crescido.
Nem sempre que um dente dói o tratamento endodôntico é indicado, já que esta resposta dolorosa pode ser provocada por qualquer estímulo fora do normal: frio ou calor intenso, mastigação de alimentos mais consistentes, etc.
Com o uso da anestesia, o tratamento é indolor e, às vezes, nos casos de polpa mortificada, nem é preciso anestesiar. Pode ser desconfortável por ser necessário permanecer muito tempo com a boca aberta. O tratamento endodôntico, em alguns casos específicos, pode ser realizado em uma única sessão, dependendo da técnica utilizada pelo dentista e da complexidade de cada caso, sendo necessária, assim, uma média de três sessões para conclusão do tratamento.
Após o tratamento, o que pode acontecer nas primeiras 48 a 72 horas é ficar com uma sensação dolorosa decorrente da aplicação do anestésico e da manipulação do dente, que pode ser controlada através da prescrição de analgésicos e/ou anti-inflamatórios.
Desde que bem executado, o tratamento endodôntico é eficiente; e é importante que outros procedimentos de reconstituição do dente, como restauração, coroas, incrustações, tratamento gengival, etc.; sejam realizados corretamente. Porém dentes que já sofreram tratamento endodôntico, fora dos padrões técnicos exigidos, podem ser submetidos a um retratamento.
Após o tratamento endodôntico ocorre à perda do brilho, o que dá um aspecto mais amarelado ao dente. Já o escurecimento acentuado só acontece quando o dente sofre uma hemorragia ou mortificação pulpar antes do tratamento ou, então, por erro técnico.
Caso o paciente opte por não realizar o tratamento, poderá se desenvolver uma lesão na região apical do dente (infecção na raiz e nos tecidos vizinhos), que poderá ter consequências mais sérias, como dor intensa, inchaço, febre e bacteriemia (bactérias na corrente sanguínea). A única solução a partir daí poderá ser a extração do dente.